Você sabe o que é arritmia cardíaca? A cardiologista de Presidente Prudente, Izabela Mendes Biasi Rodrigues, explica que trata-se de uma condição em que há alterações no ritmo cardíaco, estando muito rápido (taquicardia), muito lento (bradicardia) ou com batimentos irregulares, fora do padrão normal. Isso pode ocorrer devido a problemas no sistema elétrico do coração, levando a uma coordenação inadequada dos batimentos cardíacos.
A especialista explica que as causas podem ser várias: doenças cardíacas, como doenças do miocárdio, insuficiência cardíaca e infarto do miocárdio, distúrbios eletrolíticos (minerais que compõem o sangue), como desequilíbrios de potássio, sódio e cálcio. “O uso de certos medicamentos ou substâncias como altas doses de cafeína, álcool e drogas estimulantes; o estresse emocional ou físico [em pacientes predisponentes] podem causar arritmia. Além de condições como hipertensão ou diabetes, doenças pulmonares, distúrbios da tireoide, ou outros exemplos, como apneia do sono”.
Segundo a cardiologista, existe um público em que o problema é mais prevalente, como pessoas idosas, especialmente acima dos 65 anos, devido ao desgaste natural do sistema cardiovascular. “Além disso, indivíduos com doenças cardíacas pré-existentes, como insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio ou cardiopatia isquêmica, além de algumas doenças de origem genéticas, também apresentam maior risco. Fatores de risco como hipertensão, diabetes e histórico familiar de doenças cardíacas também aumentam a prevalência de arritmias”.
Mas, a médica ressalta que o risco de arritmias em esportistas pode ser maior, especialmente em atletas de alta performance. “Embora o exercício regular e moderado seja benéfico para a saúde cardiovascular, treinos intensos e exaustivos podem desencadear arritmias em alguns indivíduos, especialmente aqueles com predisposições genéticas ou condições cardíacas subjacentes. Por isso, é de extrema importância que os atletas sejam monitorados e avaliados regularmente, para que seja estimado o risco deles de desenvolver arritmias e evitar a sua ocorrência”.
Os sintomas dessa condição podem variar. No entanto, a sensação de coração acelerado ou de pausa entre os batimentos costumam ser as mais relatadas. Além disso, outros sintomas que a arritmia cardíaca pode causar são: tontura ou vertigem, falta de ar, dor no peito, fadiga ou fraqueza, e em casos mais graves, desmaios ou síncope.
A médica explica que a frequência cardíaca normal em repouso para adultos varia entre 50 e 100 batidas por minuto. Atletas ou pessoas em excelente forma física podem ter frequências cardíacas em repouso mais baixas.
O diagnóstico de arritmia cardíaca ocorre a partir de avaliação clínica e exames preventivos como eletrocardiograma (ECG) para registrar a atividade elétrica do coração, monitoramento Holter, que é um ECG contínuo por 24 horas ou mais. Também podem ser realizados testes de estresse para observar a resposta do coração durante o exercício, exames de sangue para verificar eletrólitos e outras condições e estudo eletrofisiológico, se necessário, para investigar a origem da arritmia em detalhes.
A falta de diagnóstico ou tratamento de arritmias pode levar a várias consequências graves, informou a cardiologista, como aumento do risco de AVC (acidente vascular cerebral), insuficiência cardíaca, parada cardíaca e comprometimento da qualidade de vida devido a sintomas persistentes.
Com o diagnóstico precoce, o tratamento correto pode ser iniciado, diminuindo o desconforto e os riscos para o paciente. O primeiro o é o paciente fazer mudanças no estilo de vida, como dieta saudável e exercícios, além de outras atitudes como: controlar fatores de risco como hipertensão, diabetes, obesidade,
limitar substâncias que possam desencadear as arritmias. “Para a reversão do ritmo irregular para o normal podem ser utilizados medicamentos como os antiarrítmicos. O uso de desfibriladores controlados é uma opção para restaurar o ritmo normal. Existem também procedimentos como ablação por cateter, que visa eliminar áreas do coração que causam arritmias. E em casos mais graves, pode ser necessário implantar um marcao ou um desfibrilador cardíaco”.
A cardiologista afirma que muitas pessoas que recebem tratamento para arritmias conseguem viver normalmente e levar uma vida ativa. “O tratamento adequado pode ajudar a controlar os sintomas e diminuir o risco de complicações”.
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Cardiologista Izabela Rodrigues: “Risco de arritmias em esportistas pode ser maior, especialmente em atletas de alta performance”